2017, o ano para ficar de olho na Microsoft

Vinícius Miraglia
3 min readJan 26, 2017

Em 2014 a Microsoft tomou uma decisão muito importante, trocar o seu CEO. Steve Ballmer criou muito atritos para a empresa, prejudicando seu desempenho em alguns mercados, como por exemplo, o mobile. Até hoje a empresa não conseguiu se posicionar e conquistar o seu espaço, pelo contrário, viu seus concorrentes Apple e Google se firmarem, tornando-se referência.

Com o novo CEO, Satya Nadella, novas estratégias foram traçadas e novas possibilidades começaram aparecer. Nadella fez questão de destacar que a inovação é fundamental para que a Microsoft continue crescendo e que seria necessário criar novas categorias de produtos para proporcionar novas experiências e diferenciais perante os concorrentes.

Desde que assumiu, já podemos observar uma nova empresa, mais criativa, moderna e com projeções interessantes. Um dos motivos para isso foi focar em novas experiências para públicos formadores de opinião:

  1. Desenvolvedores

Uma das frases mais polêmicas de Ballmer foi: "Linux é um câncer a ser combatido". Esse posicionamento demonstra o quanto a Microsoft estaria fechada para sistemas open sources, o que gera grandes ruídos para a comunidade de desenvolvimento.

Nadella fez questão de se posicionar, mostrando que sua visão é totalmente oposta do ex-CEO. Ele fez questão de falar a importante que o Linux possui e como a Microsoft poderia trabalhar em conjunto para criar novas soluções. Prova dessa mudança de pensamento foi que, no ano passado, a Microsoft foi a maior contribuidora de sistemas open source no Github.

Esse tipo de postura abre os olhos da comunidade de desenvolvimento e reconstrói a ponte entre a Microsoft e esses profissionais.

2. Designers

O ícone da criatividade sempre foi a Apple. Em ambientes criativos, sempre é observar observar o computador da empresa fazendo parte da rotina de profissionais que trabalham com criação. Um dos motivos para isso são os softwares exclusivos para a plataforma MacOS, o que gerava um grande diferencial perante o Windows.

Para os designers, a Microsoft está trabalhando em duas frentes: adequação de softwares gráficos para o Windows, sem comprometer o desempenho, como é o caso da parceria feita com a Adobe, trazendo novas experiências para sua suite. Na última conferência, foi possível observar novas funcionalidades desenvolvidas exclusivamente para o Windows, como a adequação do Photoshop para telas touch.

Mas a maior surpresa de Nadella não foi na otimização do software, mas sim, um novo computador que despertou o interesse de muitos designers, o Surface Studio.

Mais do que um all in one, ele possui características que despertar o interesse e a curiosidade de muitos, pelo sua tela touch e pelos assessórios, tendo como destaque o Dial. Outro ponto para ficar de olho é o possível redesign que será apresentado nesse ano para o Windows, prometendo ser mais bonito e fluído que o atual.

3. Gamers

Um dos maiores trunfos de Ballmer foi o Xbox. Graças a ele, a Microsoft disputa a liderança desse setor com a Sony. Esse público é extremamente exigente e crítico, pois, buscam o melhor desempenho e qualidade para seus jogos. Inicialmente essa era a maior crítica ao Xbox, já que o mesmo não possuía muitos jogos exclusivos e seu desempenho era pior do seu rival. Isso se manteve durante duas gerações e só começou a mudar com o lançamento do Xbox One.

Mas mesmo assim, alguns ainda não acreditam no sucesso da plataforma e continuam apostando na Sony. Mas no ano passado, foi apresentado um projeto que pretende mudar essa visão para sempre, o Project Scorpio.

A promessa é que ele seja o videogame mais avançado e mais potente já criado, despertando o interesse até mesmo de pc gamers. Hoje, todos os olhares estão sob a Microsoft nesse lançamento.

Um exemplo a ser seguido

Sou um dos maiores críticos da Microsoft, pois, ela possui um dos melhores portfólios mais completos do mercado, tendo soluções bem interessantes para diversos segmentos, como: Windows, Office, Skype, Azure, Cortana, dentre tantos outros, mas como não focam na experiência, acabam perdendo relevância para outros players.

Mas com tantas mudanças e soluções relevantes, estou voltando a acreditar na Microsoft. Ela está abrindo novos mercados ou explorando oportunidades para ser a referência, com o HoloLens, Bot Framework, Cortana SDK e a linha Surface.

O mais interessante é observar como ela está criando novas experiências para públicos tão distintos, mas influenciadores. Nos três cenários, as oportunidades são imensas e o futuro pode ser próspero.

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